Desaparecidos: A&E estreia segunda temporada nesta quarta, 25.
O tema é sofrido, mas urgente. Desaparecidos estreia episódios da segunda temporada nesta quarta, dia 25, no canal A&E. “Nós não tivemos e nem temos o direito de enterrar nossos filhos”. A frase resume a dor de Ivanise Esperidião da Silva, que há mais de vinte anos busca pela filha, desaparecida aos 13 anos quando voltava da casa de uma amiga a poucos metros de onde morava. Uma das fundadoras da Associação Mães da Sé, juntamente com Vera Lúcia Gonçalves, mãe de uma menina desaparecida a caminho da escola, Ivanise mais uma vez contou a sua história durante evento de lançamento da nova temporada da produção nacional.
A partir de casos reais ocorridos no Brasil, Desaparecidos relata não apenas as circunstâncias do desaparecimento, mas também as falhas gritantes do poder público na investigação: descaso nas delegacias, que creditam o sumiço à rebeldia adolescente, falta de recursos e inexistência de um cadastro nacional de desaparecidos. “A causa é invisibilizada”, definiu a Promotora do Ministério Público Eliana Vendramini, coordenadora do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (PLID), que ressaltou a importância da série do A&E na conscientização do público quanto ao drama do desaparecimento.
A promotora relatou a descoberta de 3 mil pessoas enterradas como indigentes que possuíam boletim de ocorrência de desaparecimento e outro de morte. Para solucionar os casos, bastaria ter sido feito o cruzamento desses dados, o que não estava entre o procedimento padrão das autoridades. Eliana apontou ainda o fim do convênio entre o estado de São Paulo e a USP para comparação de DNA como mais um obstáculo à busca de desaparecidos.
Em contraste, o delegado Wanderley Redondo, da Delegacia de Polícia de Polícia de Pessoas Desaparecidas de Santa Catarina, narrou o sucesso do trabalho de sua equipe. A eliminação de BOs de pessoas que já haviam sido encontradas, mas cujas famílias não haviam notificado a polícia, além da integração entre órgãos do estado e da checagem, de DNA de pessoas em situação de rua, Santa Catarina baixou o número de pessoas registradas como desaparecidas de 18.500 para 2.500.
Desaparecidos também vai mostrar na segunda temporada o volumoso comércio de seres humanos que persiste no século 21. Um dos episódios examina o caso de uma brasileira negociada com um casal francês através de uma conexão israelense responsável pela comercialização de várias crianças. Hoje reunida à sua família biológica, a moça define o sentimento de quem se descobriu parte de um crime: “Não sou uma coisa para ser vendida”.
Onde assistir: A&E, 25∕10, 23h15